Liberdade é uma
palavra que sempre me seduziu. Qual o seu significado exato e aplicação
prática são questões a que, desde cedo, devotei o melhor do meu espírito.
Essa dedicação foi, cada vez mais, consolidando minhas convicções liberais.
Ao longo dos anos fui sabendo de muitos ex socialistas. De ex comunistas então
nem se fala, tem um montão. Mas instigando o querido leitor: conhece algum ex
liberal, um só ? Encontrei muitas definições - longas e curtas - de
liberdade, mas a que mais me tocou foi a de Ortega e Gasset no seu célebre
"Reflexões sobre a técnica". Lá está livre, leve e solta:
"liberdade é a ausência de coerção". E mais não diz nem é
preciso. Assim como o capitalismo é a liberdade no campo econômico, a
democracia também o é no político. O voto obrigatório no Brasil, além de
ser uma agressão à liberdade individual, é uma contradição completa. Na
verdade, ninguém é obrigado a votar, é somente forçado a comparecer à uma
seção eleitoral, faça chuva ou faça sol, queira ou não queira. Resultado,
de 86 para cá, a abstenção somada aos votos nulos e em branco, superam os
votos válidos para deputados federais. Dos 81 senadores, somente 3
ultrapassaram essa barreira da indiferença eleitoral. O processo eleitoral
deveria ser a antesala do aprendizado democrático, e foi para isso que os
jovens de 16 anos ganharam o direito de votar. Certíssimo. Por que não
estender essa prerrogativa aos demais eleitores ? Votar sim, mas por dever e por
prazer, jamais por coerção. De notar: nas democracias mais consolidadas do
mundo o voto é facultativo e, mesmo na eventualidade de baixo comparecimento,
isso não afeta a legitimidade dos eleitos. Vou mais longe, até a eleição
indireta é mais saudável do que esta falácia eleitoral com uma enxurrada de
votos inúteis. Já temos o voto eletrônico e, daqui a pouco, o voto será via
internet, então até quando teremos que sair de casa para votarmos contrariados
?