A campanha
presidencial já começou e, por enquanto, só ouço a sonoridade dos realejos com
os argumentos mais nostálgicos. Mas que tal se os candidatos tivessem uma
preparação melhor em “rudimentos de economia”. Atacar banqueiros e bancos sempre
deu certo em se tratando de um país que reúne 80% do povo nas classes pobre
desesperada e média remediada. Os pobres são convencidos facilmente de que os
ricos são a razão de suas carências; a classe média fica irada com a corrupção
que se locupleta dos impostos pagos com tanto sacrifício e nenhum retorno.
Assim, o discurso revanchista e acusatório repercute muito mais do que a
exposição de idéias e obras. Esse é o discurso chuchu ? Foi assim que a classe
média se sensibilizou com Jânio e sua vassourinha varrendo da política todos os
corruptos. Deu no que deu e, depois de sua morte, verificou-se que seu
inventário não era tão insignificante levando-se em conta que sua única
atividade até entrar na política era o magistério. Depois veio a era Collor com
o demagógico e sonoro discurso pelos “descamisados”. Agora o papo é satanizar os
juros, os bancos e os banqueiros. Chegaram até a dizer que não pagam impostos,
que o lucro é astronômico, que são os vampiros da nação. Essa rejeição ao lucro
Freud explica, ela vem do tempo do Brasil colonial, época em que o chique era
viver da renda do patrimônio e não do lucro do trabalho. Só o plebeu trabalhava.
O sistema financeiro, os bancos e seus periféricos se constituem num setor
empregador formal de dimensões fantásticas. Quem dera que a gestão estatal fosse
tão eficiente. Três perguntinhas finais: se banco é tão bom negócio, porque os
detratores não abrem um ? Por que a Suiça, símbolo do capitalismo e do sistema
bancário tem tão boa distribuição de renda e qualidade de vida ? E se no seu
quarteirão só tivesse dois bancos, um dando lucro e outro no prejuizo, em qual
você abriria sua conta ?
*Candidato a Dep. Estadual com o nº 11.234 do PP. O site Italiamiga foi o
único site independente escolhidp para divulgar seus compromissos políticos. É a
primeira vez que, no Brasil, um candidato toma esta atitude de absoluta
transparência. Com esta medida os eleitores poderão cassar seu mandato sem
precisar esperar por aquele teatro de comissões de inquérito e regimentos feitos
sob medida para adiarem a punição de parlamentares bandidos.