Em
crise permanente devido à falta de verbas, as universidades federais acabam de
sair de mais uma greve de seis meses que mostrou ao país o descaso do governo
com o ensino superior. Os professores pedem reajustes de salários para cobrir a
inflação, e melhores condições de ensino diante do sucateamento de prédios,
laboratórios e falta de material didático.
Situações como a da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com uma conta de energia elétrica de R$ 25 milhões, que foi se acumulando diante da falta de recursos para fazer os pagamentos normais, dá a medida da situação das 55 instituições superiores de ensino em todo o país.
O Governo do Partido dos Trabalhadores, apesar desse quadro caótico causado pela falta de recursos, decidiu em ano eleitoral criar 10 novas universidades federais. Dirigentes dos professores lembraram a crônica falta de recursos e qualificaram a decisão como eleitoreira. Todos se perguntam como o Presidente Lula fará para custear essa ampliação da rede de ensino superior do país.
O economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de finanças de prefeituras petistas no Estado de São Paulo durante a década de 1990, disse na CPI dos Bingos que o caixa dois é o método utilizado corriqueiramente pelo partido para financiar campanhas eleitorais.
O esquema petista, segundo Venceslau, financiou em 1993, a Caravana da Cidadania - parte da campanha do então candidato Lula à disputa presidencial.
“Pelo volume de dinheiro envolvido, é muito difícil que o presidente do partido e hoje presidente do País desconhecesse isso. É impossível que quem conheceu o miserê que o PT viveu não soubesse como apareceram tantos recursos", disse Venceslau na Comissão. Para ele, Paulo Okamoto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi o responsável pela arrecadação não contabilizada de recursos de empresas que tinham negócios com prefeituras petistas.
Diante desse depoimento é ridículo pedir provas do envolvimento do Partido dos Trabalhadores com corrupção.
O Presidente Lula iniciou sua campanha eleitoral com um pronunciamento transmitido em cadeia nacional de dez minutos de duração, com o pretexto de anunciar ao país (pela terceira vez) que a dívida do Fundo Monetário Internacional foi paga antecipadamente.
Como sempre exibiu indicadores positivos e escondeu os problemas criados pela equipe econômica de seu governo, além de soltar pérolas de teoria econômica como a de que “o Brasil não precisa mais de empréstimos externos para continuar crescendo”.
Qualquer estudante de economia perguntaria ao presidente se ele criou uma fábrica de dólares para financiar importações, inovação tecnológica, serviços e outras despesas em moeda estrangeira, uma vez que o Brasil não tem a poupança necessária para financiar esses gastos.
Querendo ressuscitar talvez os tempos em que a ideologia dominava a gestão da economia sugeriu que o crédito externo implica numa atitude de subserviência, esquecendo que o país precisa do crédito externo, apesar de que isso contraria as teses mais radicais da esquerda e do Partido dos Trabalhadores, como as que ele preferiu ignorar quando chegou ao governo.