O médico Drauzio Varella, famoso por suas resportagens para o
Fantástico, escreveu no jornal “Folha de São Paulo” (17 março 2007, Ilustrada)
uma matéria intitulada “O Crime da Camisinha”, onde acusa a Igreja Católica e a
CNBB de fazerem pressão sobre os políticos para a não distribuição da famigerada
camisinha, e ainda mais, acusa a Igreja Católica de “crime continuado” e culpada
de muitos morrerem por infecção da AIDS.
Escreveu o médico que: “A CNBB afronta o presidente da República porque
pretende reafirmar para os políticos menos poderosos que sua “posição é clara.
Não mudou nem mudará”.
Se não mudou nem mudará, pergunto: por quanto tempo a Igreja Católica cometerá o
crime continuado de dificultar o acesso dos brasileiros à camisinha, em plena
epidemia de uma doença sexualmente transmissível, incurável? Quanto sofrimento
humano esses senhores de aparência piedosa ainda causarão em nome de Deus,
impunemente?”
Eu, Felipe de Aquino, não sou representante da CNBB, mas sou católico e
me sinto no dever e no direito de responder a esse médico que pode entender um
pouco de medicina, mas deixa muito a desejar sobre ética e de moral.
Em primeiro lugar, a Igreja não faz pressão sobre os políticos, ela
apenas ensina ao povo de Deus a verdade legada por Jesus Cristo; se a sua
influência junto ao povo é grande, é porque a Igreja é amada e respeitada por
esse povo católico. Os filhos da Igreja já derramaram muito sangue, em todos os
vinte séculos, para defender a Verdade ensinada por Cristo à Igreja, sempre
assistida pelo Espírito Santo, e não é hoje que a Igreja vai abdicar da Verdade
que liberta.
É muito cômodo, fácil e rápido distribuir fartamente camisinhas aos
jovens para transarem à vontade, mas a Igreja não aceita “soluções fáceis”,
rápidas, cômodas e imorais para problemas difíceis; pois ela sabe que ao invés
de resolver o problema irá agravá-lo ainda mais. Ninguém cura câncer dando
apenas analgésico para o doente.
A Igreja Católica vê o homem e a mulher como seres criados à “imagem e
semelhança de Deus”, dotados de corpo e de alma espiritual e imortal, e não
apenas um composto orgânico formado apenas de um amontoado de carne, ossos e
nervos, sem destino eterno. É essa visão pobre do homem que leva muitos a
aceitarem o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões, o uso da camisinha,
o casamento de homossexuais, e outras imoralidades. Eles vêem o homem apenas
como um animal mais aperfeiçoado, enquanto a Igreja o vê como um filho amado de
Deus, por quem permitiu até o sacrifício do Seu Filho amado na Cruz.
O Dr. Varella acusa a Igreja de “crime continuado”, mas eu gostaria de
dizer que crime continuado é entregar um pacote de camisinha para uma jovem
viver vida sexual com um namorado hoje, e com outro amanhã, iniciando-se num
caminho de prostituição e promiscuidade. Isto é que um crime hediondo;
substituir a educação moral e religiosa pela depravação sexual.
Crime Dr. Varella é ensinar os jovens a viver o sexo sem
responsabilidade e sem um compromisso de vida com outra pessoa, com uma
família, fazendo dele apenas um meio de prazer vazio. A virulência da AIDS pôs
às claras a miséria moral de nossa civilização. O rei está nu, como se diz. Não
tendo força e princípios morais para enfrentar este flagelo, nossa miserável
sociedade não é capaz de oferecer aos jovens algo melhor do que uma degradante
camisinha. É nos momentos de crise que se conhece a fortaleza moral de um homem
e de uma sociedade. John Spalding dizia que as civilizações não perecem por
falta de ciência ou de poder, mas por falta de princípios morais. Um homem sem
esses princípios é uma caricatura de homem. É isto que queremos para a nossa
juventude? O compromisso da Igreja Católica é com o Seu Senhor; por isso ousa
enfrentar o descalabro moral e vexaminoso da propaganda da camisinha que se
assiste nas ruas, escolas, jornais, televisão, rádios, clubes, etc.
A propaganda explícita do preservativo, tornou-se uma declaração de “ liberdade
sexual ”; uma vivência sexual sem compromisso, sem amor, sem fidelidade,
totalmente fora dos planos de Deus. É a pior deseducação que os nossos jovens já
receberam! São tratados como animaizinhos que devem aprender a comer, beber,
dormir, gozar e morrer. Além do mais, a FDA – Food and Drug Admnistration, e a
Organização Mundial da Saúde (OMS) já avisaram que os preservativos não impedem
totalmente a contaminação do vírus. A camisinha deixa passar por seus poros o
espermatozóide que é 500 vezes maior que o vírus da AIDS. A Rubber Chemistry &
Technology, Washington, D.C., junho de 1992, afirma que: “Todos os preservativos
têm poros 50 a 500 vezes maiores que o virus da AIDS”.
Além desse fator, vários problemas da camisinha (má qualidade, má conservação,
etc) podem fazer com que ela falhe em até 30% dos casos. Ora, convenhamos, é um
risco enorme; é uma roleta russa. Ninguém subiria em um avião se ele tivesse 1%
de chance de cair. As estatísticas mostram que nos vôos comerciais a chance de
um avião cair é de 0,0001%; não se pode por a vidaem risco. Muitos se
contaminaram pensando que a camisinha fosse segura. Crime Dr. Varella é mentir
para a juventude dizendo-lhe que a camisinha é segura; não existe o tal “sexo
seguro”. A Igreja - como disse um dia Paulo VI - , é “perita em humanidade”; e
ela defenderá sempre a sua dignidade sem medo de ameaças. Ao invés de ficarmos
propondo o uso da “camisinha” , o que temos a fazer é eliminar todas as formas
de incentivo ao sexo irresponsável, fomentado de mil maneiras pelos meios de
comunicação . Incentiva-se de mil formas a prática sexual pela TV, e depois não
se entende porque aumenta tanto a prática dos abortos, Aids, estupros,
homossexualismo, crimes sexuais, adolescentes grávidas, etc. Sabemos muito bem
que “quando se planta vento colhe-se tempestade”. Prof. Felipe Aquino – 19
março de 2007