Reforma tributária

Gilberto Ramos - economista e empresário. 11.666

Quando o jovem e brilhante ex deputado Flavio Rocha imaginou o imposto único sobre transações financeiras, alguns devotos da mesmice logo acusaram a idéia de ser utópica. Pois aí está a CPMF, sua irmã bastarda, hoje considerada indispensável para o equilíbrio fiscal. Os técnicos do FMI que nos visitam, ficam fascinados pela eficiência deste tributo. Curiosamente, todos os candidatos a Presidente falam da necessidade urgente de uma reforma tributária que, a um só tempo, distribua melhor o ônus do financiamento da máquina estatal, resgate a cidadania fiscal impedindo a sonegação, seja de baixo custo arrecadatório e, sobretudo, de recolhimento simples pelo contribuinte. Quanto à CPMF, antes abominada, silêncio total. Pois agora o Dep. Marcos Cintra, autor da idéia original, e para contornar as resistências, está propondo o IUF - Imposto Único Federal - reunindo doze impostos federais num só imposto, NÃO DECLARATÓRIO. Já imaginaram quanta chateação a menos, guias complicadas que não precisaremos preencher, fiscais que não aturaremos, advogados tributaristas que não precisaremos contratar, livros que dispensaremos e quanto tempo economizaremos não extraindo notas fiscais inúteis ? E mais, os fiscais que ficarão ociosos, ao invés de continuarem perturbando o contribuinte, seriam deslocados para fiscalizarem o próprio governo, esse sim é que está precisando ser auditado, vide o TRT de São Paulo. A proposta do IUF, inclusive, preserva a atual partilha, deixando a critério dos demais entes federativos aderirem ou não. O Brasil tem a melhor informatização bancária do mundo, fruto da parafernália de documentos que temos que pagar nos bancos, sempre lotados e com filas chatíssimas. Foi isso que forçou os bancos a se desenvolverem tecnologicamente. Como se trata de uma proposta inovadora as reações aparecerão, sobretudo advindas da burocracia acomodada e/ou corrupta.