Mario Mattei aveva 48 anni e faceva il netturbino. Anzi, nel
1973 a Roma si chiamava ancora "monnezzaro". Ma lui, proletario
tra i proletari della "rossa" Primavalle, era segretario della
locale sezione del Msi. Un lavoratore che col suo umile mestiere dava da
mangiare a moglie e a sei figli. Erano le 3 di notte di 30 anni fa quando
una latta di benzina fu rovesciata sotto l’uscio della sua casa al terzo
piano di via Bernardo da Bibbiena 6. Mario era a letto quando il bagliore
delle fiamme investì le stanze, ma non riuscì a raggiungere i suoi
ragazzi e si mise in salvo lanciandosi dal balcone. La moglie, Anna Maria
Marconi, prese i figli più piccoli (Antonella di 9 anni e Giampaolo di 4)
e con loro si rifugiò al piano di sopra dove tutti furono immediatamente
soccorsi dai pompieri. Altre due ragazze dei Mattei, Silvia (19 anni) e
Lucia (15) riuscirono a scampare all’incendio calandosi da un balcone.
Intrappolati e senza scampo, Virgilio di 22 anni e Stefano di 10.
Impossibile tentare di scappare dalla porta ormai squagliata perchè l’epicentro
del rogo era proprio lì. Senza vedere nulla e con l’acre del fumo nella
gola riuscirono ad arrivare a una finestra. Sussurravano "aiuto"
e si dimenavano nel disperato tentativo di richiamare l’attenzione dei
soccorritori; non avevano nè le forze nè la voce per gridare. Ma urlare
a squarciagola sarebbe stato comunque inutile. Virgilio arrivava a
sporgersi. Drammatiche foto dell’epoca lo ritrassero annerito e con il
volto già devastato dalle fiamme mentre si protendeva verso un’impossibile
salvezza. Stefano, invece, non arrivava al davanzale. Non si vedeva, se
non quando si aggrappava al fratello maggiore per tentare di respirare
qualche boccata d’aria. Tutto inutile. I vigili del fuoco li trovarono
carbonizzati e abbracciati. Sotto la finestra che non riuscirono a
scavalcare. Un orrore. Un episodio condannato da tutti a prescindere da
quale posizione ognuno occupasse nel cosiddetto "arco costituzionale".
Non ci fu spazio nè stomaco abbastanza forte per aride speculazioni
politiche. Quei due ragazzi, consumati come torce, bruciarono le coscienze
del Paese tutto. |
Mario Mattei tinha 48 anos e era gari. Ele,
proletário entre proletários do bairro vermelho de Primavalle, em Roma,
era secretário da secção local do MSI. Um trabalhador que, com sua
humilde profissão mantinha a esposa e seis filhos. Eram três horas da
madrugada de 30 anos atrás quando, terroristas das Brigadas Vermelhas,
jogaram um tanque de gasolina embaixo da porta do seu apartamento ao
terceiro andar de via Bernardo da Bibbiena 6. Mario estava na cama
quando o brilho das chamas investiu os quartos. Ele não conseguiu
alcançar os filhos e se jogou pela janela, enquanto a esposa, pegou os
filhos pequenos de 9 e 4 anos e com eles foi para o andar encima, onde
todos foram socorridos pelos bombeiros. Outras duas filhas de 19 e de 15
anos conseguiram se salvar descendo de um balcão. Os últimos dois filhos
ficaram presos no quarto sem poder sair pela porta em chamas e, sem poder
enxergar pela fumaça que ardia a garganta, tentaram chegar a uma janela.
Sussurravam socorro e se mexiam na desesperada tentativa de atrair a
atenção dos bombeiros, mas não tinham voz nem as forças para gritar. O
maior dos dois chegou a colocar a cabeça fora da janela. Há algumas
fotos dramáticas que o mostram, preto pela fumaça e com o rosto já
devastado pelas chamas, enquanto se estendia rumo uma impossível
salvação. O irmão não alcançava a abertura da janela e não era
possível vê-lo a não ser quando se atirava em cima do irmão mais velho
tentando respirar um pouco de ar. Os bombeiros os encontraram carbonizados
e abraçados, em baixo da janela que não conseguiram pular. Um horror. Os
dois rapazes, consumados como tochas queimaram as consciências de todo o
País.
N.B. Um dos autores, condenado a 28 anos de prisão, conseguiu fugir e se
refugiou no Brasil, no Rio, onde um tribunal brasileiro recusou a sua
extradição. |