Pela CPMF permanente

Gilberto Ramos - economista e empresário

A CPMF é a irmã bastarda do Imposto Único, genial sugestão do Prof. Marcos Cintra. A idéia inicial previa cinco impostos: o IUTF com alíquota de 1% nas operações bancárias de crédito e/ou débito; mantinha o IPTUR, alcançando os imóveis rurais; criava o imposto alternativo sobre consumo obrigatório (combustíveis, energia e telecomunicações); implantava o imposto seletivo (sobre bebidas, fumo e jogos); finalmente regulava o imposto sobre transações internacionais visando as políticas de proteção e/ou estímulo econômico. O importante é acabarmos com os impostos declaratórios que fazem a alegria dos sonegadores. Se a tributação fosse automática não haveria Silveirinhas, porque não existiriam caixas 2 e 3. Acusar a CPMF de ser um imposto em cascata é desconhecer que todo imposto é levado ao custo de qualquer mercadoria.. O grande barato da proposta inicial era de que se tratava de uma emenda constitucional visando alterar o sistema tributário impedindo, assim, que leis oportunistas e emergenciais pudessem aumentar a carga tributária. O IUTF seria implantado em cinco etapas com a alíquota de 0,20%/semestre e, simultâneamente, com a redução de 20% nas aliquotas dos demais impostos, afinal era sensato que a dosagem fosse progressiva. Ao cabo de cinco semestres nosso manicômio tributário (61 impostos, taxas e contribuições) estaria extinto. O Brasil detém a informatização bancária mais moderna do mundo e, a exemplo da CPMF, poderíamos implantar o IUTF em uma semana. Os adversários do IUTF são os advogados tributaristas, os fiscais, os donos de gráfica que imprimem Notas Fiscais, os contadores que se ocupam do preenchimento de livros e guias e, claro e lamentavelmente, os sonegadores, traficantes e tutti quanti. Lembrem-se que computadores não têm conta na Suiça.