Domingo 19 de março o jornal O Globo publicou uma correspondência da Itália denegrindo o primeiro ministro Silvio Berlusconi e sua atuação de governo numa maneira sectária e ofensiva, sem a mínima objetividade, relatando, apenas, os pontos de vista da atual oposição. Eis a carta que foi enviada à secção Cartas dos Leitores e que, como de hábito, o jornal não publicou.
Prezados senhores, que o jornal O Globo não goste do primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi é um fato já comprovado: todos os ou as correspondentes de Roma do jornal estão ligados às esquerdas italianas e relatam, apenas, os pareceres da oposição. A partir de Eduardo Tessler, até Araujo Neto (este declaradamente comunista), chegando à atual, Vera Araujo (parente do Araujo Neto?). Segundo a correspondente, Berlusconi não cumpriu as promessas eleitorais, levou o País numa crise profunda, arriscando de empurrá-lo a ser caçado do clube do G7. Afirmou que é mentiroso, que se sente perseguido pela mídia e pela magistratura, e assim por diante. Se isso for verdade como é que as empresas italianas nestes cinco anos, tiveram seus valores aumentados de 54%? Como é que 82% das famílias italianas possuem imóveis, cujo número subiu entre 25 ao 54%. As entradas médias dos italianos passaram de 53 milhões para 58 milhões de €. Aumentou o crescimento demográfico e o número de empregados de 1 milhão e meio, o desemprego caiu de 11% para 7% (na Alemanha é 12%), aumentou o valor mínimo das aposentadorias, investiu-se nas grandes estruturas rodoviárias dez vezes mais que os governos de centro-esquerda precedentes, diminuíram os crimes e a violência, graças à introdução do policial de bairro. Regulamentou-se o fluxo dos clandestinos. Com a reforma do código da estrada os acidentes e as mortes conseqüentes também diminuíram. Se a Itália, segundo a oposição, se tornou tão pobre, como é possível que ocupe os primeiros lugares na Europa pelo número de carros possuídos, pelos celulares, e está chegando igualmente a ser o país com o maior número de computadores pró cápita. A esquerda está inventando um declino que não existe, para voltar ao poder. A jornalista Araujo cita, gozando, a altura de Berlusconi, mas Prodi, o opositor, é ainda mais baixinho e, pelo seu jeito falso e melífluo de falar, conquistou o apelido de Mortadella. O fato que o Corriere della Sera, o maior jornal italiano, além dos outros mais difundidos, declare abertamente que apóia Prodi, demonstra que Berlusconi não é o dono da mídia italiana, ao contrário, ele é a vítima. Não é igualmente verdadeiro o fato que Berlusconi tenha sido derrotado no debate na TV. Ao contrário, às confusas promessas de Prodi, ele respondia com fatos e números, e a audiência aumentava quando era ele que falava e diminuía ao falar do Prodi! Não parece estranho que, cada vez que se tem uma eleição na Itália, a magistratura entre com uma ação contra Berlusconi e que, invariavelmente, esta ação termine em nada?
Para terminar, Berlusconi herdou dos governos de esquerda que governaram a Itália antes dele, a pior dívida interna, um buraco financeiro, comprovado pelos fiscais da União Européia, de 30 bilhões de €, um desemprego de 11%, uma história de submissão à política de outros países europeus, contra os interesses nacionais. Por que a Araujo, em seu artigo, cita somente os jornais ligados às esquerdas européias e não os que elogiam o governo de centro-direita? Para terminar, se os italianos que vivem no exterior, pela primeira vez na história da Itália, poderão ter uma voz que se faz presente no Parlamento italiano, se deve ao governo Berlusconi e a Forza Italia, que candidatou, para o Senado, além de Diego Tomassini para a Câmara, o único brasileiro e, além de tudo, carioca: o doutor Antonio Aldo Chianello. Atenciosamente, Edoardo Pacelli