Os torcedores de futebol no Brasil demonstram uma fidelidade que é tão
absoluta a ponto de vencer até as maiores provações pelas quais seus times
passam. Um torcedor do Fluminense, do Flamengo, do Vasco, do Botafogo ou do
América jamais muda de time, ainda que ele esteja em péssima fase. O Fluminense
e o Botafogo chegaram a cair de série no campeonato brasileiro, mas suas
torcidas até aumentaram sua freqüência aos jogos.
Esta manifestação de fidelidade pela escolha que é espontânea, livre e soberana é uma prova de dignidade esportiva e não sucumbe a nada.
Pena é que esta estabilidade e esta coerência na manutenção da preferência pelo clube de futebol não sirvam de exemplo para os militantes da Política como Vereadores e Deputados.
Embora se reconheça que os partidos políticos, no Brasil, não têm identidade com o Povo, a incoerência dos políticos supera todas as formas de infidelidade e de malcaratice.
É verdade que os partidos políticos, em geral, não passam de legendas eleitorais. Não há centros de estudo de ciência política; não há capacitação para formação de lideranças; não há debates etc. São instituições apenas cartoriais. Não refletem os anseios da população; não impregna as pessoas de senso crítico e para a discussão de temas de interesse coletivo; não se identificam com ideologias. São frágeis; muito frágeis; moribundos... Mas servem ao Grande Capital. Todos ou quase todos, de uma forma ativa ou passiva.
Assistimos, durante muitos anos, as trocas constantes e vergonhosas de partidos por parte dos políticos que se locupletam do PODER, o que enfraquecia, cada vez mais, estas agremiações, já tão debilitadas. Não falo dos que não foram eleitos, mas do que alcançaram um Mandato por uma Legenda. Às vezes, motivos estranhos ou até para auferir lucros financeiros, como no caso dos “Mensalões”, as permutas promoviam escândalos na Sociedade.
Surgiu, então, a Lei da Fidelidade Partidária. Passou-se do 8 para o 80. Aí, como sempre, os políticos fisiológicos encontraram brechas para burlar, de forma grosseira, a Lei. Malandros, espertos, ludibriadores da boa fé dos desavisados, escondem os nomes dos Partidos e dos Candidatos a Prefeito de sua Coligação ou do seu Partido. A Infidelidade Partidária neste período eleitoral em que estamos ultrapassa todos os absurdos que se possa imaginar. Eles estão zombando de nossa inteligência... E o T.R.E. está omisso...
A maioria dos candidatos NÃO mostra sua cara...
CÉLIO LUPPARELLI 25 555
Professor, Médico, Administrador, Pedagogo
Ex-Diretor de Escola Municipal por quase 30 anos
Ex-Administrador Regional de Jacarepaguá
Ex-Secretário Municipal de Governo
Exerceu Mandato de Vereador da Cidade do Rio de Janeiro (2007-2008)