4 novembro: aniversário da Vitória

de Edoardo Pacelli

Sacrário de Redipuglia, onde estão guardados os restos mortais de cem mil soldados italianosMelhor de qualquer comentário, a data do 4 de novembro de 1918 pode ser ilustrada pelas palavras do Comunicado do Comando Supremo do exército italiano, divulgado naquele dia: "La guerra contro l'Austria-Ungheria, che, sotto l'alta guida di S.M. il Re, duce supremo, l'Esercito italiano, inferiore per uomini e mezzi inizió il 24 maggio 1915 e con fede incrollabile e tenace valore condusse, ininterrotta e asprissima per 41 mesi, è vinta. La gigantesca battaglia, ingaggiata il 24 dello scorso ottobre ed alla quale prendevano parte 51 divisioni italiane, 3 britanniche, 2 francesi, una cecoslavacca ed un reggimento americano, contro 73 divisioni austriache, è finita. La fulminea, arditissima avanzata del XXIX corpo d'armata della 1ª armata su Trento, sbarrando le vie della ritirata alle armate nemiche del trentino, travolta ad occidente dalle truppe della 7ª armata e ad oriente da quelle della 1ª, 6ª, 4ª ha determinato ieri lo sfacelo totale del fronte avversario. Dal Brenta al Torre, l'irresistibile slancio della 12ª, dell'8ª e della 10ª armata e delle divisioni di cavalleria ricaccia sempre piú indietro il nemico fuggente. Nella pianura, S.A.R. il duca d'Aosta avanza rapidamente alla testa della sua invitta 3ª armata, anelante di ritornare sulle posizioni che essa aveva giá vittoriosamente conquistate. L'esercito austro-ungarico è annientato: esso ha subito perdite gravissime nell'accanita resistenza dei primi giorni e nell'inseguimento; ha perduto quantitá ingentissime di materiale di ogni sorta e presso che interi i suoi magazzini e i suoi depositi; ha lasciato finora nelle nostre mani circa 300.000 prigionieri con interi Stati Maggiori e non meno di 5.000 cannoni. I resti di quello che fu uno dei piú potenti eserciti del mondo, risalgono in disordine e senza speranze le valli che avevano discese con orgogliosa sicurezza". 

O fim da primeira guerra mundial, que é lembrado, com orgulho na França e na Inglaterra, passa quase despercebido entre os italianos, quase que se orgulhar de ter participado de uma guerra vitoriosa, durante a qual morreram 640 mil soldados, represente um crime! Uma guerra que nos permitiu reunificar o País, acrescentando as duas cidades que ainda faltavam para completar o território nacional: Trento e Trieste. Ganhamos a guerra e perdemos a paz, visto que França, Inglaterra e os Estados Unidos não cumpriram o pacto secreto de Londres de 26 de abril de 1915, (No qual a Itália se comprometia a entrar na guerra no mês seguinte e os aliados prometeram a devolução do Trentino-Alto Adige, Trieste, Istria, Isole Dalmate, Valona e Dodecaneso, no caso de conclusão vitoriosa do conflito). O leitor pode se perguntar do por que este modesto jornal quer ir contra a corrente, lembrando fatos acontecidos há mais de oitenta anos. O motivo é bem simples. É suficiente entrar na Casa d'Italia e ler a placa de mármore à esquerda, na entrada. Lá estão gravados os nomes de nossos patrícios emigrados no Brasil, que durante aquela guerra morreram. Esta placa serva também de lembrete para aqueles políticos italianos, como o deputado DS Mingone, que opinam que os italianos que vivem no exterior não tem direito a exercer a cidadania com o voto, pois não pagam impostos na Itália. Esses irmãos pagaram seus tributos com a vida. São nomes comuns, hoje, entre os brasileiros, como Latorraca, Santoro etc. São aqueles homens que escreveram com o próprio sangue a história da presença italiana no Brasil. Uma história de aliança entre dois povos que souberam integrar-se até formar um corpo único. Eis por que pensamos que o sacrifício destes homens merece ser lembrado, sobretudo para que os descendentes se reconheçam e se orgulhem deles. A breve história da Itália unificada, que começou em 1848, teve seu completamente em 1918. Foram setenta anos de lutas e de sangue derramado, de heroísmos famosos e de outros desconhecidos. Foram nosso viático para tornar a Itália um grande e respeitado País. E você, amigo leitor, quando entrar na Casa d'Itália, pare alguns segundos diante daquela pedra e pense naqueles homens que souberam morrer com dignidade para nós todos. Assim o sacrifício deles terá, ainda, valor.