Edoardo Pacelli
Com
o apoio do governo italiano e o patronato da cidade de Veneza, a Unesco vai
comemorar, de amanhã 14 a sábado 16 de novembro, na cidade dos doges, os 30
anos da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e
Natural, cuja lista reúne 730 lugares. A comemoração acontecerá na
prestigiosa sede da Fondazione Cini, na ilha de San Giorgio. O ano
2002 foi declarado, pela ONU, ano do patrimônio Cultural.
O arquipélago equatoriano de Galápagos foi o primeiro a receber o título de patrimônio da humanidade, em 1978, seis anos depois da adoção da Convenção de Paris, em 16 de novembro de 1972, que começou a vigorar a partir de 1975, depois de ter sido ratificada por 20 países. Em trinta anos a Convenção demonstrou ser um instrumento único de cooperação internacional para a proteção do patrimônio cultural et natural de valor universal excepcional.
Entre os monumentos da América Latina inscritos na lista, destacam-se Machu Picchu (Peru), a cidade velha de Havana (Cuba), Cartagena das Índias (Colômbia), o centro histórico de Salvador (Brasil), Antiga Guatemala, a cidade pré-hispânica de Palenque (México) e a cidade universitária de Caracas. Também inclui locais naturais como as cataratas de Iguaçu, a península de Valdés (Argentina) e o santuário das baleias nas Lagunas de Vizcaíno (México).
O México é o país latino-americano com mais patrimônios na lista (22), seguido do Brasil (16), Peru (10) e Cuba (7). Segundo a Unesco, três dos 104 patrimônios da América Latina estão ameaçados: a região arqueológica de Chan Chan (Peru), a Reserva da Biosfera de Rio Plátano (Honduras) e o Parque Nacional de Sangay (Equador).
Em Veneza, também patrimônio mundial, se abrirá um congresso internacional, com a participação de 400 especialistas. O encontro terá três objetivos principais: a análise dos êxitos e das dificuldades dos 30 anos de implementação da Convenção; a promoção e a identificação de novos locais para ação. Anualmente, o Fundo do Patrimônio Mundial investe cerca de US$ 4 milhões para ajudar os países na preparação das candidaturas a patrimônio da humanidade, enviando missões e técnicos e outorgando ajuda de emergência a locais danificados por catástrofes naturais. Para poder figurar na lista da Unesco é necessário respeitar determinadas normas, sendo os locais sob proteção internacional.