Em busca do "ouro perdido", continuamos a garimpar grupos musicais que foram bastante significativos para o rock progressivo italiano, mas que não conseguiram ultrapassar o disco de estréia (alguns até tentaram, com o lançamento de compactos, mas não aconteceram). Hoje em dia, o quesito "raridade" torna-se um pouco relativo, em se tratando de obras que posteriormente foram resgatadas em Cd, por selos especializados, mas que mesmo assim não perderam o "gostinho" de preciosidade. Além do mais, é preciso salientar que tais álbuns praticamente nasceram com a marca do clássico, herdando ao progressivo italiano verdadeiras legendas da boa e eterna música. Em nossa "discoteca", selecionamos mais três ítens de importância:
É o que se pode classificar de "disco obrigatório" em uma coleção de música progressiva. A origem do Reale pode ser contada a partir do desmembramento de uma outra banda chamada Fholks, que não possuía nenhuma relação com o progressivo (na verdade, trilhava os caminhos do rock pesado). Apesar de ter ganho certa notoriedade na época, o grupo chegou ao fim, e três de seus membros, juntaram-se a mais dois músicos, para formar o RADM. E o "time" ficou assim definido: Federico Troiani (teclados, voz), Nicola Agrimi (ex-Esperienze – guitarra), Pierfranco Pavone (baixo), Roberto Senzasono (bateria) e Henryk Topel Cabanes (vocal).
O grupo decide então abandonar a linha "hard" para se dedicar à construção de melodias mais trabalhadas e leves. O resultado disso tudo pôde ser constatado em 1972, com o lançamento do álbum "Reale Accademia di Musica" (Ricordi). Para quem gosta do lirismo italiano, é um prato cheio. Belíssimas canções, com arranjos de alto padrão (um dos destaques fica por conta da faixa sinfônica "Il Mattino", uma verdadeira explosão criativa).
Após a gravação deste trabalho, o RADM muda de formação e de gravadora. O guitarrista Agrimi sai de cena, dando lugar à dois vocalistas e guitarristas: Enzo de Luca e Franco Coletta. O baixista Pavone também decide se retirar, e é substituído por Dino Cappa. A nova banda ganha destaque ao lado de outro guitarrista, Adriano Monteduro, que "empresta" seu nome para batizar um possível "segundo" álbum do Reale, lançado em 74 pela RCA, dessa vez com um clima mais acústico que o primeiro. No entanto, muitos fãs de progressivo consideram o disco de 72 (com o carimbo do RADM) a única "cria" da banda.
Trata-se de outro ítem indispensável. O sexteto Maxophone foi criado nos idos de 1973, com os seguintes componentes: Sergio Lattuada (teclados, voz), Roberto Giuliani (guitarra, voz), Leonardo Schiavone (flauta, sax e clarinete), Maurizio Bianchini (sopros, voz), Alberto Ravasini (flauta, baixo, guitarra e vocal) e Sandro Lorenzetti (bateria).