Falcade,
nos Dolomiti bellunesi, é uma pequena jóia e surge a 1180 metros sobre o nível do mar,
num planalto encastoado entre as mais sugestivas montanhas: os picos e a geleira
da Marmolada (única dos Alpes orientais), os cumes dos montes Auta,
Focobon, Pale di San Martino e do Civetta. Terra que plasmou
gerações de "montanari", súditos da República de Veneza e,
por um certo período, do Império austro-húngaro. A presença de Veneza se
observa para toda parte através do símbolo do leão de San Marco. As montanhas
coroam de todos lados o vale e cercam a cidade com severo olhar protetor. Deste
e dos outros vales, milhares de seres prenderam o caminho da emigração levando
consigo a tenaz vontade de trabalhar e de conseguir alcançar dignas condições
humanas de vida. Destes vales saíram a maioria dos gelatai da Europa,
além de marceneiros e carpinteiros, pedreiros e mineiros.Trata-se, portanto, de
um povo que sabe sofrer, se necessário, mas que sabe sobretudo lutar e vencer.
Hoje estes vales, um tempo abandonados, estão se tornando grandes atrações
turísticas. Dezenas e centenas de pistas de esqui ligam estes lugares
encantadores atraves de sciovie, skilift, seggiovie, cabinovie e teleferiche, com
dezenas de outras localidades. O Consorzio
del Biois, com a gentilíssima doutora Boscolo, oferece todo tipo
de alternativas e de possibilidades, mas nos somos testemunhos não apenas da
beleza do lugar, quanto da esmagadora mágica
de um mundo que apenas podemos nos imaginar. A gentileza dos hoteleiros é já unanimidade
para os inúmeros turistas que têm a sorte de passar as férias
aqui. Esta
cortesia
e cordialidade se acompanha a uma cozinha mais que excelente e saborosa, a uma
variedade de vinhos incrível (a adega do Hotel
Belvedere do senhor Paolo Scola, um amigo do Brasil e dos brasileiros,
possui mais de 700 tipos diferentes de vinhos, de todas as regiões da Itália
mas, igualmente da França ou de Países emergentes como África do Sul ou
Austrália. Aliás, o hotel poderia ser chamado de belvedere, ben mangiare,
ben bere e ben dormire!).
E que tal a possibilidade de se deliciar com as capesante alla veneziana,
ou saborear o queijo alla schwitz bebendo um sauvignon friulano?
Os restaurantes são ótimos e decorados segundo um estilo próprio, bem
original e tradicional.. Os
móveis
rústicos, as cortinas bordadas na janelas e ao redor das luminárias, algumas
mesas são feitas com as rodas em pedra dos moinhos, mantendo como suporte o
eixo, o chope sai de elegantes artísticos recipientes em cerâmica, enquanto as paredes são
decoradas com objetos típicos da tradição camponesa ou apresentam preciosos
ícones russos. Em algumas sala as típicas stue, uma espécie de forno
em alvenária sobre o qual estava colocada a cama para as crianças ou os idosos
da família. Conforto e bom gosto, dois elementos tão difíceis para se
encontrar juntos. Mas tem mais. À tradição se acompanha quanto de mais
moderno a nossa sociedade possa desejar ou, melhor, precisar, da ligação pela
internet no quarto, à TV satelitária.
Mas a marca da região é o canto dos pássaros que só conseguem parar à noite quando, depois de elevar aos céus a última oração cantada, se retiram para descansar nos pontos mais recônditos das árvores. As andorinhas são as mais invadentes, mas há cardellini e merli que não ficam muito atrás.
No inverno tudo se cobre de uma camada macia de neve. Dos tetos das casas, as pequenas nuvens brancas que se despedem dos chaminés, revelam o palpitar da pequena cidade que vive ao redor das lareiras, emanando um sagrado perfume de vida. Neste canto de paraíso mergulham no inverno os turistas que vem de toda parte do mundo. Até do Brasil. Aqui a equipe de esqui do Paraná vem treinar freqüentemente neste lugar encantador.
Não há perigo de ficar sem neve, pois existe um moderno sistema de produção de neve artificial que garante uma perfeita "sciabilità" durante todo o período invernal
Como chegar? De carro: Autostrada A27, saída "Vittorio Veneto"; SS 51 Agordina até Falcade. De trem: Stazione FS de Belluno, continuação com ônibus regular.