A
prestigiosa sede do Palazzo Giustiniani, em Roma, acolhe a exposição
Canaletto. Il trionfo della veduta. Este importante acontecimento
deve-se à iniciativa do senado italiano, aliado ao ministério da Cultura, à
Companhia San Paolo e à Fundação Venezia, e ficará à disposição do público até
19 de junho. A exposição compreende uma aprimorada seleção de raras, preciosas e
significativas obras (40 grandes telas), além do mesmo número em desenhos.
Trinta e um quadros e trinta e três desenhos são obras originais de Canaletto.
Outros excepcionais exemplos acompanham as obras do grande mestre: três quadros
e quatro desenhos de Bernardo Bellotto, uma tela de Michele Marieschi e uma de
Francesco Guardi, todos alunos do célebre artista veneziano.
Canaletto. Il trionfo della veduta nasce da vontade de apresentar e aprofundar os aspectos mais interessantes do desenvolvimento do estilo e do gosto do maestro, como os dos colecionistas de suas obras, no período central de sua atividade, com uma particular atenção ao seu relacionamento com Roma. As obras gráficas recebem notável destaque. Doze das telas expostas provêm de ilustres coleções inglesas, entre elas, a coleção real, além das principais galerias do mundo, como a National Gallery de Londres e a de Washington, o Metropolitan Museum de Nova Yorque e a National Gallery of Victoria de Melbourne. Graças à generosidade destas prestigiosas instituições foi possível reunir e confrontar muitas obras nunca expostas na Itália. A organização do percurso expositivo foi idealizada para colocar em destaque o momento de transição, na arte de Canaletto, de uma pintura do estilo barroco à linguagem particular chamada “vedutismo”, de espírito iluminista: uma corrente de gosto e amplitude internacionais, conquistando o mundo e os colecionadores europeus. A maturação artística de Canaletto revelou-se eapós seu retorno do pintor de uma viagem a Roma, realizada na juventude. A beleza e a majestade dos monumentos que ainda hoje dominam a cidade eterna, tiveram sobre o artista uma influência tão grande que marcaram profundamente a sua sucessiva produção pictórica na segunda década de 1700. Canaletto inicia a elaboração de uma nova impostação compositiva das suas “vedutas”, que, improvisamente, se enriquecem com maior rigor perspéctico, amparado por uma técnica capaz de criar sensações visuais advindas da naturalidade da luz, das cores, dos detalhes arquitetônicos e das figuras. A mostra, por desejo do presidente do senado italiano, Pera, será dedicada a Alessandro Bettagno, decano dos estudos sobre Canaletto e nobre figura de um grande estudioso. Bettagno foi encarregado da realização da exposição, junto com a doutora Bozena Anna Kowalczky. Infelizmente o professor Bettagno faleceu em outubro passado e a realização do projeto passou para a doutora Kowalczky.
O verdadeiro nome de Canaletto era Giovanni Antonio Canal. Nasceu em Veneza em 1697 e faleceu em 1768. Passou alguns anos de sua vida com o pai, cenógrafo, em Roma, até 1719 e, de 1745 até 1755, na Inglaterra devido a seus inúmeros apreciadores, quase todos pertencentes à nobreza britânica.