A
indústria no mundo tem passado por muitas mudanças e não seria diferente no
Brasil, que de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, está demitindo menos. Mas mesmo assim não acompanhará o ritmo
da produção, já que a tecnologia está substituindo cada vez mais a mão-de-obra.
Enquanto a indústria não contrata novos empregados, a jornada de trabalho
aumenta e com isso o número de horas trabalhadas vem crescendo, mas nem sempre
o número de contratação acompanha o nível de produção. O setor de material
elétrico, por exemplo, cresceu em comparação ao ano passado, a indústria de
vestuário também aumentou a produção, contratou mais trabalhadores. Produtos
alimentares, extração mineral e borracha, empregaram mais, ao contrário da
indústria de fumo, bebidas e comunicações.
Até parece que eu entendo de indústria, de estatística e de economia
referente ao crescimento do país, não é isso. A minha preocupação é com a
educação, com a cultura, com a história que vivemos hoje, o que certa forma
afeta o país num todo. A ciência, a tecnologia são fundamentais para o
desenvolvimento também social de um país e Einstein ainda comprova nos dias de
hoje o quanto seus valores estão presentes. O investimento na ciência e
tecnologia se traduz em recursos diretamente passados aos pesquisadores e face
às necessidades do país, um número pequeno de pesquisadores. Na visão
moderna o técnico manipula instrumentos altamente sofisticados, tem que dominar
a área de computação e sua ampliação em vários setores, além de ser
inovador. Aquele que analisa os processos e tem capacidade de propor idéias,
mudanças que melhoram o desempenho da produção. Portanto, a formação
precisa ser melhor, especialmente nas áreas biotecnológicas, humanas e na
agropecuária. A nova fase do trabalho no mundo mostra também que os serviços
especializados vêm crescendo em função dos diversos anos de problemas com
movimento operário, devido as explorações, particularmente nas grandes fábricas.
A formação precisa melhorar e para isso é necessário investimento, muita
vontade e sossego para enfrentar tantos empecilhos na rotina de um trabalhador
normal que luta pela sobrevivência e ainda tem esperanças de um dia menos
sofrido porque não se permite embrutecer pela ausência do conhecimento e da
cultura. O fato de viver segundo as fórmulas, esquemas já habituados, pode
impedir a luz da percepção, da sensibilidade, a qual, particularmente, não
quero me acomodar ao limbo do óbvio.
A competição nas cidades enfatizam os aspectos superficiais da existência,
mas a natureza exprime grande harmonia e convida à reflexão na qual posso ao
mesmo tempo ouvir e sentir o vento, a música, a água. Só mesmo nessa busca
pela cultura é possível compreender o quanto ainda se tem para aprender. Essa
busca é silenciosa e na sua delicadeza ensina o quanto é simples o respeito
pelo conhecimento, o quanto é onipotente, único, fiel.
Fiel também é o público que aprecia uma das óperas mais simbólicas da força
popular de Giuseppe Verdi e que há mais de cem anos faz multidões correrem aos
teatros, como o Municipal do Rio de Janeiro. Na atual temporada de ópera, o
Teatro mostra, uma década após sua última encenação no Rio, “Rigoletto”,
de 1851 inspirada na peça de Victor Hugo. Uma produção minuciosa podendo
conferir de perto a famosa ária “La donna è móbile”, além da montagem
que tem uma boa amostra dos talentos do canto cultivados em solo nacional e também
traz um naipe internacional de primeira linha para viver os personagens desta
tragédia repleta de amor e ódio, envolvendo uma jovem inexperiente, um duque
mal-intencionado e um corcundasem escrúpulos.