Arte per te: Itinerari d’arte, percorsi di vita

Márcia Rampinelli

Venuas de Milo/La Venere di MiloA indústria no mundo tem passado por muitas mudanças e não seria diferente no Brasil, que de acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, está demitindo menos. Mas mesmo assim não acompanhará o ritmo da produção, já que a tecnologia está substituindo cada vez mais a mão-de-obra. Enquanto a indústria não contrata novos empregados, a jornada de trabalho aumenta e com isso o número de horas trabalhadas vem crescendo, mas nem sempre o número de contratação acompanha o nível de produção. O setor de material elétrico, por exemplo, cresceu em comparação ao ano passado, a indústria de vestuário também aumentou a produção, contratou mais trabalhadores. Produtos alimentares, extração mineral e borracha, empregaram mais, ao contrário da indústria de fumo, bebidas e comunicações.
Até parece que eu entendo de indústria, de estatística e de economia referente ao crescimento do país, não é isso. A minha preocupação é com a educação, com a cultura, com a história que vivemos hoje, o que certa forma afeta o país num todo. A ciência, a tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento também social de um país e Einstein ainda comprova nos dias de hoje o quanto seus valores estão presentes. O investimento na ciência e tecnologia se traduz em recursos diretamente passados aos pesquisadores e face às necessidades do país, um número pequeno de pesquisadores. Na visão moderna o técnico manipula instrumentos altamente sofisticados, tem que dominar a área de computação e sua ampliação em vários setores, além de ser inovador. Aquele que analisa os processos e tem capacidade de propor idéias, mudanças que melhoram o desempenho da produção. Portanto, a formação precisa ser melhor, especialmente nas áreas biotecnológicas, humanas e na agropecuária. A nova fase do trabalho no mundo mostra também que os serviços especializados vêm crescendo em função dos diversos anos de problemas com movimento operário, devido as explorações, particularmente nas grandes fábricas.
A formação precisa melhorar e para isso é necessário investimento, muita vontade e sossego para enfrentar tantos empecilhos na rotina de um trabalhador normal que luta pela sobrevivência e ainda tem esperanças de um dia menos sofrido porque não se permite embrutecer pela ausência do conhecimento e da cultura. O fato de viver segundo as fórmulas, esquemas já habituados, pode impedir a luz da percepção, da sensibilidade, a qual, particularmente, não quero me acomodar ao limbo do óbvio.
A competição nas cidades enfatizam os aspectos superficiais da existência, mas a natureza exprime grande harmonia e convida à reflexão na qual posso ao mesmo tempo ouvir e sentir o vento, a música, a água. Só mesmo nessa busca pela cultura é possível compreender o quanto ainda se tem para aprender. Essa busca é silenciosa e na sua delicadeza ensina o quanto é simples o respeito pelo conhecimento, o quanto é onipotente, único, fiel.
Fiel também é o público que aprecia uma das óperas mais simbólicas da força popular de Giuseppe Verdi e que há mais de cem anos faz multidões correrem aos teatros, como o Municipal do Rio de Janeiro. Na atual temporada de ópera, o Teatro mostra, uma década após sua última encenação no Rio, “Rigoletto”, de 1851 inspirada na peça de Victor Hugo. Uma produção minuciosa podendo conferir de perto a famosa ária “La donna è móbile”, além da montagem que tem uma boa amostra dos talentos do canto cultivados em solo nacional e também traz um naipe internacional de primeira linha para viver os personagens desta tragédia repleta de amor e ódio, envolvendo uma jovem inexperiente, um duque mal-intencionado e um corcundasem escrúpulos.